quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Poema do Zin

Último Suspíro

Uma pequena corrente de ar, afasta o cheiro, o cheiro do teu perfume, quero ficar fechado, fechado em quatro paredes, sem ar sem nada!
Apenas com o cheiro do teu perfume, ainda com o barulho da tua respiração, com uma lembrança das tuas palavras, para poder sorrir, morrer neste canto, as escuras, na solidão.
Morrer de forma suave, com o cheiro do teu perfume, com as memorias que faziam da vida, perfeita.
Porque não me deixas prender o perfume?
Assim como o teu amor, a tua alma e o teu coração, sei que o vento sopra, o vento é como o tempo, tudo o que dá, tira…
Posso parar o ar? Sufocar, mas ao menos quando chorar, vou conseguir sentir o teu cheiro.
Tocar numa parede, ainda que seja fria, mas ter o poder de sentir a tua pele, imaginar os teus lábios, o brilho dos teus olhos, tudo isto as escuras e sem ar. Mesmo que por segundos, esteja a morrer sem ar, a sufocar, é em ti, que em último quero pensar.
A última lágrima caída nos meus olhos, é tão fria, que congelou … Consigo mesmo sentir, sentir o frio dentro destas quatro paredes, mas consigo sentir o cheiro do teu perfume, consigo imaginar-te a meu lado.
Tocar na tua mão, sentir o calor dela, poder agarrar nela, tocar na minha cara, fechar os olhos e dizer que te amo, ouvir o bater do teu coração com mais intensidade, mas penso para mim “porque não dizes nada?”, metido no silêncio, perdido no cheiro do teu perfume, encosto-me a um canto, dos quatro cantos, fecho os olhos, deixo-me ficar, a respirar o resto do ar que resta, ar esse apenas com o teu perfume, visualizo a tua cara, como se fosse uma fotografia ou uma visão, uma realidade, penso na última conversa, nas ultimas palavras, tento libertar as lágrimas, impossível de o fazer, está demasiado frio neste cubículo, cada lágrima que sai, rapidamente congela. Baixinho, vou dizendo “eu amo-te, para sempre, eu amo-te”, o ar acabou, o meu sonho foi realizado, acabei por morrer, com o teu toque, ainda que imaginário fosse, com o teu perfume, as tuas palavras, e a dizer o que sinto por ti.

Postado por Zinhadhu às 12:48

 Escrito por : Zindhu

Sem comentários:

Enviar um comentário